Duelo de Pianistas: Dan Tepfer e Daniel Bernardes

18 JUNHO

21:30, Auditório Jorge Sampaio, Centro Cultural Olga Cadaval

Programa:

A anunciar pelos artistas

Sinopse:

Imensamente populares nos séculos XVIII e XIX, os duelos de pianista foram fundamentais para a construção da reputação de músicos como Mozart, Beethoven ou Liszt, na afirmação das suas capacidades não apenas técnicas, mas também inventivas.

Nos mais históricos duelos de pianistas da história, não interessava apenas quem tocava mais rápido ou mais forte, pois estava também em jogo a agilidade do pensamento dos intérpretes, ou a sua capacidade de reagir, improvisar e criar música no momento.

Em 2025, e pelo terceiro ano consecutivo, o imperdível Duelo de Pianistas, um exclusivo do Festival de Sintra, está de volta.

Desta vez, partilham o palco o franco-norte-americano Dan Tepfer e o alcobacense Daniel Bernardes, dois pianistas e compositores de enorme ecletismo, verdadeiros polímatos do pensamento musical para além de virtuosos sobre as teclas, que fazem jus àquilo que é este momento: uma ocasião para o público ser testemunha do génio de dois músicos a funcionar em tempo real e sem rede de segurança.

Sobre os artistas:

Dan Tepfer

Um dos extraordinários talentos da sua geração, Dan Tepfer ganhou reputação internacional como pianista-compositor de ampla inovação, individualidade e determinação — alguém “que se recusa a estabelecer limites para si próprio” (Télérama, de França).

Tepfer, natural de Nova Iorque, mas nascido em 1982 em Paris, filho de pais americanos, gravou e atuou pelo mundo inteiro com alguns dos maiores nomes do jazz e da música clássica, de Lee Konitz a Renée Fleming, e lançou onze álbuns próprios em formatos a solo, duo e trio.

Tepfer ganhou reconhecimento mundial pelo seu lançamento de 2011, Goldberg Variations/Variations, um disco no qual interpreta J.S. A obra-prima de Bach, bem como improvisações sobre a mesma — com um efeito “elegante, pensativo e emocionante” (New York Magazine). O álbum de vídeo de Tepfer de 2019, Natural Machines, é um testemunho do seu engenho progressistas, mostrando-o a explorar em tempo real a intersecção entre ciência e arte, programação de código e improvisação, algoritmos digitais e os ritmos do coração. O New York Times chamou-lhe “um improvisador profundamente racional atraído pelo desconhecido”.

O seu regresso a Bach em 2023, Inventions/Reinventions, uma exploração dos processos narrativos por detrás das tão amadas Invenções de Bach, tornou-se um best-seller, passando duas semanas na posição nº1 nas tabelas clássicas da Billboard.

Durante a pandemia de Covid, a sua crença de que a música une as pessoas em tempos de crise levou-o a mergulhar nas transmissões em direto, realizando cerca de duas centenas de concertos digitais a partir da sua casa para uma comunidade dedicada de ouvintes. Como parte deste esforço, foi pioneiro na tecnologia de áudio de latência ultrabaixa, permitindo-lhe atuar ao vivo através da internet com músicos em locais separados, culminando no desenvolvimento da sua própria aplicação, o FarPlay.

Tepfer compôs para vários conjuntos para além do jazz. O seu quinteto de piano Solar Spiral estreou em 2016 no Ravinia Festival de Chicago, com Tepfer a atuar ao lado do Avalon String Quartet. Tepfer recebeu encomendas orquestrais para duas obras: a suite Algorithmic Transform (2015) e um concerto para banda sinfónica e piano improvisado, The View from Orohena (2010).

No verão de 2019, Tepfer revelou o seu arranjo de trio de jazz da Pulcinella de Stravinsky, que remete para o barroco. Em 2024-2025, estreará três novas grandes encomendas: uma suite para coro e piano em memória da sua mãe, corista da Ópera de Paris; um ciclo de canções para a grande cantora de jazz Cécile McLorin Salvant e orquestra de cordas; e uma obra sinfónica com algoritmos e recursos visuais.

As honras de Tepfer incluem primeiros prémios no Montreux Jazz Festival Solo Piano Competition de 2006, no East Coast Jazz Festival Competition de 2006 e no American Pianists Association Jazz Piano Competition de 2007, bem como bolsas da American Academy of Arts and Letters (2014), da MacDowell Colony (2016) e da Fundação BNP-Paribas (2018, 2021 e 2024).

 

Daniel Bernardes

Daniel Bernardes nasceu em Alcobaça em junho de 1986.

Começou a estudar piano aos 5 anos de idade e aos 18 mudou-se para Paris, sendo admitido na École Normale de Musique de Paris. Regressa a Portugal para se dedicar ao jazz, estudando com Filipe Melo na Escola de Jazz Luís Villas-Boas, ingressando depois na Escola Superior de Música de Lisboa onde, pela mão de João Paulo Esteves da Silva, se torna no primeiro Licenciado em Piano Jazz desta instituição. Frequenta atualmente o Doutoramento em Artes Musicais da Universidade Nova de Lisboa.

O seu interesse também pelo universo da música contemporânea leva-o, em 2003, a participar pela primeira vez nos Seminários de Composição da Fundação Calouste Gulbenkian, orientados por Emmanuel Nunes, e mais tarde, nos Stockhausen-Kurse für Musik em Kürten, Alemanha.

Em 2010 apresenta o seu trio na Casa da Música com o qual lança, em 2013, o seu disco de estreia “Nascem da Terra”. Desenvolve também uma atividade intensa enquanto compositor na procura de mesclar os universos do jazz e da música clássica, sendo galardoado com a Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura pelo projeto “Daniel Bernardes’ Crossfade Ensemble” e, em colaboração com os Drumming GP, cria “A Liturgia dos Pássaros” um projeto em homenagem a Olivier Messiaen destacado pela revista norte-americana JazzTimes.

A partir das recolhas de Michel Giacometti cria “O Rondó da Carpideira” um espetáculo multidisciplinar em parceria com o saxofonista Mário Marques e o artista multimédia Gonçalo Tarquínio. Trabalha igualmente para Teatro assumindo a direção musical de “Cimbelino” de Shakespeare com encenação de António Pires para o Teatro do Bairro assim como de “Sweet Home Europa” de Carnevali com encenação de João Pedro Mamede, numa produção do Teatro Nacional D. Maria II.

Estreia-se em televisão compondo a música para a série “A Espia” uma produção da Ukbar para a RTP e chega ao cinema pela mão de João Botelho com as bandas sonoras de “Peregrinação”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” e “Filme em Forma de Assim”.