Concerto de Abertura
Christian Zacharias e Quarteto de Leipzig

12 JUNHO

19:30, Sala do Trono do Palácio Nacional de Queluz

Christian Zacharias, piano

Quarteto de Leipzig

Stefan Arzberger, primeiro violino

Tilman Büning, segundo violino

Ivo Bauer, viola d’arco

Peter Bruns, violoncelo

Programa:

Antonin Dvořák, Quarteto de cordas nº14 em Lá-bemol maior, Op. 105

Antonin Dvořák, Quinteto com piano nº2 em Lá maior, Op. 81

Sinopse:

Para a abertura da 59ª edição do Festival de Sintra, o aclamado pianista alemão Christian Zacharias e o Quarteto de Leipzig apresentam um concerto que incide sobre dois dos principais formatos da música de câmara, o quarteto de cordas e o quinteto com piano.

Interpretado por um elenco de luxo, este programa foca-se na música de Antonin Dvořák.

Começando com o seu último quarteto de cordas, composto imediatamente após a famosa e profícua viagem aos Estados, o Opus 105 representa uma súmula do estilo da plena maturidade do compositor: inúmeros jogos rítmicos e tímbricos, melodias apaixonantes e harmonias que transbordam o lirismo que caracteriza a música de Dvořák. É também uma obra que coloca em evidência a qualidade de um quarteto de cordas, onde o domínio da afinação é fundamental - o compositor passa pelas mais difíceis tonalidades para instrumentos de cordas! - assim como o equilíbrio e bom gosto, pois todos terão momentos para ser solistas.

Com uma estrutura de tipo clássico em quatro andamentos, a partitura de 1895 marca o adeus de Dvořák não só à música de câmara, mas também à chamada música pura, dedicando-se a partir daí e até ao fim da sua carreira à quase exclusiva escrita de música de programa, com inúmeros poemas sinfónicos e também óperas.

Na segunda metade do concerto, já com a presença do muito experiente pianista Christian Zacharias, ouvir-se-á uma das obras-primas da literatura para esta formação instrumental, que juntamente com os quintetos de Schumann e Brahms completa o panteão do quinteto com piano romântico.

Composto em 1887 após uma tentativa frustrada de rever uma partitura de juventude, este Opus 81 surge no auge do período mais folclorístico de Dvořák, estando recheado com abundantes sugestões de música checa e boémia, nomeadamente nos ritmos de dança e na graciosidade das melodias. Apesar da inspiração na tradição popular, todos os temas e materiais musicais são da inteira autoria do compositor, como era seu costume.

Com duração aproximada de 40 minutos, também por isso considerada uma sinfonia para cinco músicos, esta partitura é uma verdadeira viagem que transporta intérpretes e ouvintes, passando pelos mais diversos estados de espírito e paisagens emocionais.

Uma obra-prima da música ocidental interpretada por um quinteto de músicos de exceção, que o Festival de Sintra propõe ao seu público apaixonado e fiel.

O concerto será antecedido de um cocktail de boas-vindas nos jardins do Palácio Nacional de Queluz.

Sobre os artistas:

Christian Zacharias

Dotado duma combinação única de integridade e individualidade, uma linguagem de ínfima expressividade e um profundo conhecimento musical, Christian Zacharias tem já o seu lugar assegurado entre os mais importantes músicos do presente, num lugar que é seu não apenas como um maestro e pianista de classe mundial, mas também como um pensador musical. A sua carreira internacional tem passado pelas principais salas e orquestras de todo o mundo e desde 2021 é Maestro Convidado Principal da Orquesta Ciudad de Granada. É também Maestro Associado da Orquestra Nacional Auvergne Rhône-Alpes e em 2020 foi nomeado Maestro Honorário da Orquestra Filarmónica George Enescu de Bucareste.

Os recitais de piano, um acontecimento de cada vez maior raridade na sua agenda preenchida, levaram-no recentemente às principais cidades da Europa, incluindo Paris, Londres, Madrid e Frankfurt, bem como à Schubertiade, Festival Internacional de Piano de La Roque d’Anthéron e para o festival Piano aux Jacobins em Toulouse.

Para além de concertos, Zacharias propõe ao seu público fascinantes conferências musicais em formato de palestras ao piano sobre temas da história da música ocidental que o apaixonam.

O percurso e legado musical de Christian Zacharias foi premiado e homenageado muitas vezes, onde se contam reconhecimentos como o Midem Classic Award - Artista do Ano 2007, o título de Officier dans l'Ordre des Arts et des Lettres do estado francês e uma homenagem do Estado da Roménia pelos seus serviços prestados à cultura. Foi também nomeado membro da Academia Real de Música da Suécia em 2016 e, em 2017, recebeu um doutoramento honoris causa pela Universidade de Gotemburgo.

Durante o seu tempo como Maestro Principal da Orquestra de Câmara de Lausanne, realizou inúmeras gravações mundialmente aclamadas. Particularmente dignas de nota são os discos com de as sinfonias de Schumann e os concertos completos para piano de Mozart, galardoados com o Diapason d'Or de l'Année, Choc du Monde de la Musique e ECHO Klassik.

Em 2022 dois álbuns para piano solo com Sonatas de Haydn e também Partitas e Suites de Bach suites foram finalmente lançados pela MDG após uma longa e muito aguardada pausa.

 

Quarteto de Leipzig

Nos seus 35 anos de história, o Quarteto de Leipzig foi considerado pela Gramophone o melhor quarteto alemão e é um dos grupos mais procurados e versáteis da atualidade.

Fundado em 1988 por três músicos da mítica Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, o Quarteto de Leipzig recebeu inúmeros prémios e distinções internacionais, como o concurso internacional ARD de Munique, o Prémio Gebrüder e o Prémio Siemens de Música.

Tem apresentado concertos em mais de quarenta países da Europa, América do Norte e do Sul, Austrália, Japão, Ásia e África. A convite do maestro Claudio Abbado, o Quarteto de Leipzig foi membro da Orquestra do Festival de Lucerna durante 10 anos e foi convidado na Universidade de Artes de Tóquio.

Desde 1992, o Quarteto de Leipzig gravou em disco a obra completa para quarteto de cordas de Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms, Felix Mendelssohn-Bartholdy, Wolfgang Amadeus Mozart, bem como toda a Segunda Escola Vienense. A colaboração regular com artistas como Alfred Brendel, Sol Gabetta, Christian Zacharias, Andreas Staier, Juliane Banse, Christiane Oelze, Alois Posch e Giora Feidman enriquecem o extenso repertório do grupo.

Desde a sua criação, o Quarteto de Leipzig tem ainda mantido um forte compromisso com a composição contemporânea, que resultou em inúmeras estreias mundiais de obras de compositores como Beat Furrer, Jörg Widmann, Wolfgang Rihm, Steffen Schleiermacher, Christian Ofenbauer, Siegfried Thiele, Bernd Franke e Cristóbal Halffter.

Os seus mais de 100 discos gravados foram aclamados pela crítica especializada internacional e têm recebido vários prémios, entre os quais o Diapason d'Or, o CD-Compact Award, o Prémio Indie e cinco prémios ECHO Klassik. Em 2025 será concluída a gravação dos quartetos de cordas completos de Joseph Haydn.