Os Músicos do Tejo e Ricardo Ribeiro

24 JUNHO

21:30, Auditório Jorge Sampaio
Centro Cultural Olga Cadaval

Com:

Ricardo Ribeiro, voz
Ana Vieira Leite, soprano
Os Músicos do Tejo

Sinopse:

Este programa nasceu de uma apresentação na Finlândia, com a Helsinki Baroque Orchestra, a convite de Aapo Häkkinen. Tratou-se, na prática, de uma mini-história da música portuguesa, com a presença central do fado e da música antiga. “Do século XIII até anteontem” tornou-se o seu subtítulo. Com a colaboração de talentos como Ana Quintans e Ricardo Ribeiro, foi possível fazer viagens abrangentes entre séculos distantes, entre reprodução e improvisação e entre música de tradição oral e escrita. A nossa música está nas bibliotecas, mas também nas ruas, nas pessoas e na poesia da língua portuguesa. Tornou-se também um objetivo importante para mim poder mostrar outras perspetivas da cultura musical portuguesa, mesmo arriscando ir além do Barroco, o meu campo de especialização: Porque não retroceder até à Idade Média e mostrar como a poesia e a música galaico-portuguesas do século XIII faziam parte de uma cultura rica e refletiam tantas influências diferentes, nomeadamente árabes-andaluzas? Sendo assim, porque não incluir uma das canções árabes de Rabih Abou-Khalil composta para o Ricardo Ribeiro? Ou ainda, porque não trazer para a sala de concertos géneros folk-pop mais recentes como a música dos Madredeus? Mas este concerto, que esperamos interessante e intenso, é também feito de várias questões que permanecem sem resposta: O que é a música nacional? Se a música barroca segue tão diretamente a música italiana, pode ser considerada como música portuguesa? Se uma música for interpretada por portugueses (ou a sua interpretação definida por um português) torna-se então música portuguesa? Pode a música cantada em português ser verdadeiramente entendida por alguém que não fale a língua? Felizmente, não é preciso responder cabalmente a estas difíceis questões antes de começar a tocar e a cantar as belas árias de Almeida, um fado de Alfredo Duarte ou um lundum anónimo. Felizmente, a música é uma arte que, embora humana, ultrapassa também a compreensão racional e lógica que temos dela. Podemos simplesmente deixar-nos ir... marcos magalhães

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